terça-feira, 28 de junho de 2011

Visões de uma senese brasiliana


Siena é uma cidade e sede de comuna italiana na região da Toscana com cerca de 52.775 habitantes. Fica 34 Km ao sul de Florença (por volta de uma horinha), tem 118 Km² e faz fronteira com Asciano, Castelnuovo Berardenga, Monteriggioni, Monteroni d'Arbia e Sovicille.
Além das informações técnicas, Siena foi onde eu escolhi para morar 6 meses. Assim que cheguei na Piazza Gramsci e vi a beleza do lugar me encantei. Parecia que estava num cenário de filme, depois de 5 meses ainda me sinto assim! O clima medieval permanece, com todas as casas no mesmo estilo, antigas e de tijolinhos. Ela ainda não é um destino oficial de viagem de brasileiros. O que é uma pena, pois visitar Florença e não passar nem ao menos uma tarde em Siena é perder uma cidade única, cheia de tesouros escondidos. Morando aqui pude conhecer lugares que só os seneses, habitantes do lugar, conhecem e pouco a pouco vou mostrando pra vocês. Mas um lugar óbvio e muitíssimo especial é sem dúvida a Piazza del Campo.
Conhecida como a praça em estilo medieval mais bonita da Europa, é o seu principal ponto turístico e também onde ocorre o famoso Palio de Siena. Ele nada mais é que uma corrida de cavalos, que dura só 90 segundos, e ocorre todos os anos nos dias 2 de julho (tá quase chegando!) e 16 de agosto desde o século XVII. Dezessete bairros (contradas) participam da corrida, na verdade a corrida em si é feita somente por 10 cavalos, cada um de uma contrada de três regiões da cidade que são escolhidos por sorteio. Fiquei muito desapontada ao saber que minha contrada, La Torre, não vai participar esse ano. Ano que vem tô aqui de novo!
A festa mobiliza toda a cidade e a rivalidade é muito grande, até brigas acontecem. O ingresso pode custar em torno de 125 dólares e todo ano lota, mas se você como eu não tá afim de gastar essa grana é só se amontoar no meio da praça que é de graça. O engraçado é que o primeiro cavalo que chegar vence. Ok, o que tem de engraçado nisso? É que não importa se o cavaleiro está junto ou não.
Os preparativos estão a todo vapor: tambores, bandeiras e roupas tradicionais já podem ser vistos. Até as arquibancadas já foram montadas para o dia da festa. Um clima completamente diferente do que normalmente se vê na Piazza, meu ponto de encontro oficial com meus amigos. Nada melhor do que beber um vinhozinho, no frio, e una birra (cerveja) beeem gelada no calor e sentar lá a tarde ou a noite inteira conversando.
Logo, logo fotos do evento oficial que acontece em 3 dias!! Contagem regressiva: 3...






segunda-feira, 27 de junho de 2011

Chez Cèleste

Ahhh Paris! Nunca tive muito fascínio por essa cidade como todos costumam ter. Mas foi nela que dei o primeiro passo nesse estranho continente. Um frio que nunca havia sentido em toda minha vida. Claro! Essa brasileira está acostumada com os 40° habituais do Rio de Janeiro e não aos 5° do inverno Francês. Mas mesmo com todo o frio, a cidade me surpreendeu: as pessoas, os sabores... tudo muito novo e muito lindo pra mim.
Voltar em menos de 6 meses não foi uma decisão muito difícil, ainda mais ao saber pelo meu querido amigo Tom, parisiense de nascença e carioca de coração, que estaria acontecendo a Fête de la musique, a Festa da Música.
Caminhava sozinha pelas ruas de Paris saindo do Canal Saint-Martin em direção ao Centre Pompidou, doce ilusão achando que era super perto, quando ouço a melodia da música Sampa de Caetano Veloso. Não muito segura se deveria desviar da minha rota, pois como diz a minha mãe eu nasci com o GPS quebrado, resolvi arriscar e entrei na rue de Nemours.
No restaurante Chez Cèleste tocava um sambinha do bom com direito a Carmem Miranda. Não consegui sair de lá. Primeiro estava de pé ouvindo a música mas logo me rendi. Puxei uma cadeira, pedi uma cervejinha e fiquei lá, só, ouvindo uma canção melhor que a outra: Brasil pandeiro, Coisinha do pai, Água de beber...
Brasileiro é assim: mal pode ver um conterrâneo que já sai batendo papo. Logo, conversei com os integrantes da banda, com a Dona Lucia, uma baiana que mora há 4 anos em Paris, e um grupo de três amigas paulistas que estavam lá especialmente para a festa.
Não podia deixar de conhecer também a Celeste, dona do restaurante. Uma senhora do Cabo Verde, país africano de língua portuguesa, que me indicou uma comida típica: cabrito com arroz. Muito bom!
Fica a dica para os viajantes: restaurante Chez Cèleste, 20 rue de Nemours. Preço justo, comida boa, ambiente super agradável e delicinha de música (cada dia um ritmo diferente e sambinha toda semana!)





domingo, 26 de junho de 2011

Era uma vez uma menina...

Há tempos que penso em criar um blog: blog de moda, de cultura, de política, de culinária... Já tive algumas parcerias em projetos que não saíram do papel ou da primeira postagem.

O "Menina por todo lugar" é a junção de todos esses e mais alguns, são impressões de uma menina pelo mundo.



foto: Chrysafinis Savvas

Feminina (Joyce)

Ô mãe, me explica, me ensina, me diz o que é feminina?
Não é no cabelo, no dengo ou no olhar, é ser menina por todo lugar.
Então me ilumina, me diz como é que termina?
Termina na hora de recomeçar, dobra uma esquina no mesmo lugar.

Costura o fio da vida só pra poder cortar
Depois se larga no mundo pra nunca mais voltar

Ô mãe, me explica, me ensina, me diz o que é feminina?
Não é no cabelo, no dengo ou no olhar, é ser menina por todo lugar.
Então me ilumina, me diz como é que termina?
Termina na hora de recomeçar, dobra uma esquina no mesmo lugar.

Prepara e bota na mesa com todo o paladar
Depois, acende outro fogo, deixa tudo queimar

Ô mãe, me explica, me ensina, me diz o que é feminina?
Não é no cabelo, no dengo ou no olhar, é ser menina por todo lugar.
Então me ilumina, me diz como é que termina?
Termina na hora de recomeçar, dobra uma esquina no mesmo lugar.

E esse mistério estará sempre lá
Feminina menina no mesmo lugar